Covid-19: Associação angolana queixa-se de reduzido fluxo de turistas em hotéis e resorts | Alegro Blog
COVID-19
12 Mar 2020
Agência Lusa
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Covid-19: Associação angolana queixa-se de reduzido fluxo de turistas em hotéis e resorts

Segundo a presidente da AAVOTA, Catarina Oliveira, o sector do turismo está a ser afectado pela reduzida mobilidade de pessoas em consequência do novo coronavírus, cenário que “vem agravar" a actual capacidade inactiva na oferta de produtos e serviços.

"Naturalmente estamos afectados, se já estávamos com a nossa capacidade ociosa no domínio da oferta de produtos e serviços, a nível da restauração e hotelaria, agora pior ainda face a esta situação", afirmou hoje a responsável, em declarações à Lusa.

Catarina Oliveira assinala que o fluxo do exterior "cada dia que passa está a diminuir", mas a nível interno, frisou, "as pessoas estão cada vez mais” a circular “apesar dos problemas das vias de acesso".

"No entanto, não estão a comprar os serviços dos operadores do sector porque ficam apenas em casa de familiares e deste modo temos os hotéis, resorts e restaurantes vazios", disse.

Para a líder da associação das agências de viagens angolana, o actual quadro de incertezas deve constituir uma ocasião para se "repensar, repaginar e redesenhar" modelos para um "maior impulso e sustentabilidade" do turismo interno como fonte rendimento para o país.

"Temos potencialidade no sector turístico, mas o nosso problema está na procura do produto que precisa ser estruturada para ter capacidade de comprar os produtos dos serviços turísticos", realçou.

Perto de 120 agências estão cadastradas na associação que admite que o número tende a reduzir-se porque "todos os dias morrem agências de viagens".

Transformar agências de viagens, sobretudo aquelas com capacidade, para operadores turísticos para produção de pacotes internos atractivos constitui uma das medidas em curso a nível da Associação para inverter o actual "quadro preocupante".

"Daí que fomos buscar incentivo ao microcrédito para potenciar essas agências, para criar o pacote turístico e tentarmos dinamizar o turismo interno", rematou.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na quarta-feira a doença Covid-19 como pandemia.

Angola desenvolve planos de contingência e medidas de controlo nos principais pontos de entrada do país e decretou, a partir de 03 de março, a proibição da entrada de cidadãos estrangeiros vindos da China, epicentro do Covid-19, Coreia do Sul, Irão, Itália, Nigéria, Egito e Argélia, países com casos autóctones ou registados de coronavírus.

Medidas de vigilância epidemiológicas estão a ser reforçadas ao longo da extensa fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo) onde foi confirmado primeiro caso de coronavírus.

O surto de Covid-19, que pode causar infecções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo e infectou mais de 124.000 pessoas, em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal que tem 78 casos confirmados.

A China registou nas últimas 24 horas 15 novos casos de infecção pelo Covid-19, o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em janeiro.